Simples Nacional em Transformação: o que vai mudar com o novo modelo CBS + IBS
Com a Reforma Tributária (CBS + IBS), empresas optantes pelo Simples Nacional enfrentam novo cenário de crédito, migração de regime e pressão B2B. Entenda os impactos antecipados e prepare sua empresa com simulador, workshops e parametrização de ERP.
PriceTax
9/26/20253 min read


A Reforma Tributária em andamento no Brasil — instituída pela Emenda Constitucional nº 132/2023 e regulamentada pela Lei Complementar nº 214/2025 — também impacta significativamente o regime do Simples Nacional. Embora este modelo continue existindo, ele não ficará imune às mudanças que virão com a adoção do novo modelo de IVA dual, que será composto por CBS (federal) e IBS (estadual e municipal).
Segundo matéria recente publicada pelo Portal Contábeis, as empresas optantes pelo Simples, especialmente aquelas que realizam operações B2B, poderão enfrentar impactos relevantes. Já para empresas de médio e grande porte, principalmente aquelas que contratam fornecedores do Simples ou que operam em cadeias mais complexas, entender essas mudanças é urgente. A seguir, detalhamos o que se sabe até o momento, os riscos e os preparativos necessários.
1. O que muda para o Simples Nacional com a chegada do CBS + IBS
Atualmente, as empresas do Simples recolhem seus tributos por meio da guia única do DAS, que consolida impostos federais, estaduais e municipais. Com a Reforma, haverá uma separação do CBS e do IBS, que passam a ser apurados à parte do DAS, com a aplicação do mecanismo de débito e crédito tributário, característico do modelo de IVA.
Nas operações B2B, as empresas clientes, especialmente aquelas no Lucro Real ou Lucro Presumido, poderão exigir que seus fornecedores do Simples entrem no chamado “regime regular”, para que possam aproveitar os créditos de IBS e CBS. Isso altera significativamente a dinâmica de fornecimento para optantes do Simples que queiram manter competitividade.
Estima-se que a alíquota padrão combinada de CBS e IBS seja de aproximadamente 26,5% — sendo 8,8% para a CBS e 17,7% para o IBS, conforme valores divulgados preliminarmente. Diante disso, existe a previsão de que o Simples Nacional adote um regime híbrido, onde a empresa permaneça no Simples apenas para tributos como IRPJ, CSLL e CPP, mas passe a recolher IBS e CBS separadamente, fora da guia do DAS, como ocorre nos regimes tradicionais.
2. Impactos práticos para empresas médias e grandes
As mudanças trazem desafios práticos, sobretudo na cadeia de fornecedores. Empresas que contratam fornecedores do Simples terão que revisar contratos, já que muitos desses fornecedores poderão ser pressionados a migrar para o regime regular, a fim de manter negócios com clientes B2B.
Em termos de competitividade e margem, a capacidade de gerar créditos se tornará um diferencial competitivo. Se um fornecedor do Simples não puder gerar crédito para seu cliente, poderá ser trocado por outro em regime regular que permita essa vantagem fiscal.
Outro ponto crítico é a necessidade de adaptação dos sistemas de ERP, como SAP, TOTVS ou sistemas próprios, para lidar com múltiplos regimes tributários e simulações de crédito. A transição exigirá planejamento tributário detalhado, análise de fluxos de caixa e revisão das margens de contribuição.
3. O que sua empresa deve fazer agora
É essencial iniciar o mapeamento de fornecedores optantes pelo Simples e avaliar quais deles poderão ou não migrar para o regime regular. Em seguida, é recomendável simular diferentes cenários tributários, comparando os impactos do fornecedor manter-se no Simples, migrar para o regime híbrido ou para o regime regular.
Outro passo fundamental é preparar o ERP da empresa para lidar com diferentes configurações de IBS e CBS, inclusive prevendo simulações automáticas de créditos. Para isso, as áreas de fiscal, contabilidade, compras e TI devem ser capacitadas por meio de workshops que promovam o entendimento técnico e operacional das novas regras.
Por fim, é indispensável acompanhar a regulamentação definitiva, que irá detalhar os procedimentos aplicáveis ao regime híbrido do Simples e definir parâmetros para sua adoção.
4. Como a PriceTax pode apoiar sua empresa
A PriceTax une tecnologia própria à experiência prática com grandes empresas para apoiar a transição ao novo modelo tributário. Nossa plataforma oferece:
Simulador tributário com cenários detalhados para fornecedores do Simples, regimes híbridos e regimes regulares;
Workshops in company para equipes de compras, fiscal, contabilidade e TI, abordando o impacto do novo modelo CBS + IBS para o Simples Nacional;
Parametrização assistida de ERPs, como SAP, TOTVS e B1, adaptando os sistemas para refletir corretamente os novos tributos e regimes;
Monitoramento contínuo da legislação, com alertas e atualizações práticas para manter a empresa sempre em conformidade.
O Simples Nacional continuará existindo, mas seu ambiente tributário será profundamente alterado. As empresas que operam nesse regime, principalmente as que atuam no B2B, devem se preparar para uma realidade em que o regime tradicional pode não ser mais suficiente para atender às exigências do mercado e da cadeia tributária.
