A Nova Era da Tributação no Brasil: Onde a Eficiência Vence e a Sonegação Não Tem Mais Espaço

Na Pricetax, unimos o DNA tributário e financeiro para oferecer soluções integradas.

Ronaldo Dias Oliveira

5/8/20244 min read

Estamos diante de uma das maiores transformações do sistema tributário brasileiro: a implementação do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), consolidados pela Emenda Constitucional 132/2023 e regulamentados pela Lei Complementar 214/2025.

E para quem ainda não entendeu o tamanho da mudança, vou ser bem pragmático: a partir de agora, não tem mais espaço para jogar a ineficiência debaixo do tapete.

O Imposto Agora é Fora do Preço: O Que Isso Muda?

A principal ruptura é simples, mas profunda, pois os impostos serão cobrados fora do preço.

Isso significa que, seja você um grande varejista nacional ou uma pequena loja de bairro, a lógica será a mesma: o consumidor verá o preço do produto ou serviço totalmente descontaminado de impostos, e o valor dos tributos estará destacado de forma transparente na nota fiscal.

Essa mudança segue um padrão mundial já adotado em mais de 170 países com sistemas baseados em IVA (Imposto sobre Valor Agregado)

Para dar mais tangibilidade a isso, vou trazer um espelho prático pra você, leitor:

Hoje, quando você compra um produto por R$ 100,00, na prática, esse valor já tem ICMS, PIS, Cofins, IPI e até o ISSQN de prestadores de serviços, embutidos. Na nova realidade, o consumidor verá algo como:

• Preço do produto: R$ 80,00

• IBS/CBS (27%, por exemplo): R$ 21,60

• Total do boleto ou do valor a pagar com tributos por fora: R$ 101,60

Com isso, a tributação fica totalmente visível e destacada no documento fiscal e o consumidor tem a sensação exata do que é o preço do produto ou serviço e do que é o imposto.

Efeito Direto: Competição por Eficiência e Não Por Regime Tributário

Agora é aqui que vem a parte mais provocadora e importante para você, seja um empresário ou contador:

Com impostos iguais para todos, na mesma região (pois o imposto é devido no destino e não mais na origem) o que vai fazer, a partir de agora, a diferença, é a produtividade, a eficiência e a genialidade do empreendedor.

Acabou aquele jogo de “quem paga menos imposto é aquele porque tem um benefício X ou Y, ou uma mega estrutura jurídico tributária com auditores, consultores e advogados tributaristas”. O modelo de guerra fiscal entre estados e municípios fica para trás. Quem estava acostumado e tinha sua competitividade garantida apenas por dominar todas essas complexas regras.

Os grandes, os médios e os pequenos estão jogando agora no mesmo campo e com as mesmas regras e possibilidades no campo tributário.

Quem não ajustar o seu processo produtivo, pode perder competitividade, gerar um preço de venda muito mais alto que seus concorrentes.

Fluxo de Caixa: Sem a Folga do “Devo Não Nego, Pago Quando Puder”

Outro grande impacto que já começa a gerar calafrios nos departamentos financeiros: o imposto será pago na liquidação financeira da operação, e não mais em data futura ou através de apuração mensal.

Como que isso se trazido na prática ? Olha só esses fluxo, que vai trazer mais lógica:

• Vendeu → Recebeu o dinheiro → Na mesma operação, o imposto já será recolhido e quitada a obrigação imediatamente. Sem sequer circular pelo caixa da empresa, por meio do Split payment.

Isso elimina três práticas comuns de hoje, para muitas empresas, que utilizam o valor do imposto para se financiar ou serem mais competitivos:

1. Sonegação informal: vender sem emitir nota para adiar o imposto.

2. Inadimplência tributária: usar o dinheiro do imposto no fluxo de caixa.

3. Parcelamento eterno: virar cliente assíduo do Refis.

A partir de agora é na veia. A Receita entra, imposto já vai direto pro Fisco.

O Fim da Zona de Conforto: Produtividade ou estagnação Empresarial?

Empresas que viviam de margens infladas por sonegação ou por postergação de impostos vão ter que “se virar nos 30”.

O consumidor passa a escolher com muito mais consciência, porque pode comparar preços reais, sem distorções tributárias embutidas.

Vou trazer mais um exemplo : Se você vende um serviço de R$ 1.000,00, o cliente agora consegue comparar entre você e seu concorrente se o preço base é competitivo, sem o ruído da carga tributária invisível. Então, Isso exige:

• Revisão de processos.

• Gestão de custos.

• Eficiência operacional.

E a pergunta que não quer calar : E o Simples Nacional? Ficam Fora Dessa Briga?

Não. Inclusive, as empresas do Simples Nacional também vão ter que tomar decisões muitíssimo importantes. Elas terão que escolher entre dois novos regimes, dentro ou fora do Regime Regular. Assim ela terá essa escolha duas vezes por ano :

1. Ficar fora do Regime Regular: O que significa continuar pagando IBS e CBS dentro do DAS, porém sem direito a crédito tributário, e sem transferir crédito para seus clientes pessoa jurídica.

2. Optar pelo Regime Regular:

Pagar IBS e CBS de forma separada, com direito a créditos, com um pouco mais de complexidade no acompanhamento, mas concedendo direito a crédito aos seus clientes pessoas jurídicas.

Essa escolha pode mudar totalmente a precificação, o fluxo de caixa e a estratégia comercial da empresa.

Então, a Nova Competição se Chama EFICIÊNCIA. Não é exagero dizer que estamos entrando numa era onde a incompetência na gestão econômico, financeira e comercial, vai custar caro, e onde a excelência em gestão vai virar diferencial competitivo direto no bolso.

E como uma mensagem final para empresários, contadores e gestores, concluímos que essa reforma não é simplesmente sobre tributo, qual a taxa ou aumento de carga tributária. Ela é sobre modelo de negócio, gestão eficaz, sobrevivência e competitividade de longo prazo.

Estamos trabalhando e apoiando empresas e contadores, para uma transição inteligente na reforma tributária. Fique de olho nos nossos conteúdo e até a próxima.

Ronaldo Dias Oliveira

Tributarista

PriceTax.

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